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Meio Ambiente

Moradores de Barra do Riacho se reúnem com MPF e Defensoria Pública Estadual

Atingidos recebem orientações jurídicas durante encontro

Publicada em 21/09/17 às 20:15h - 1005 visualizações

Rádio Voz do Piraqueaçu


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Moradores de Barra do Riacho se reúnem com MPF e Defensoria Pública Estadual
Procurador da República fala com moradores, observado por líderes comunitários  (Foto: Rádio Voz do Piraqueaçu)

Os moradores de Barra do Riacho estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira (21 de setembro) com representantes do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública Estadual na quadra de esportes do balneário. Em meio a tantas pessoas sem esperança, os agentes públicos levaram a todos a possibilidade da comunidade obter uma assessoria técnica bancada integralmente pelas empresas responsáveis pelo crime ambiental provocado pelo rompimento da barragem da Samarco, no dia 5 de novembro de 2015.


O procurador da República Paulo Henrique Trazzi explicou que existe uma ação civil pública que tramita na Justiça Federal que cobrará R$ 155 bilhões da Samarco, Vale e BHP Billiton como forma de reparação de todo o prejuízo humano e financeiro advindo do crime ambiental.


Ele explicou ainda que a ação cobra das empresas o custeio de R$ 2,2 bilhões para que sejam realizados estudos por instituições indicadas pelo Ministério Público Federal e que atenderão a três eixos: 1º) Socioambiental (Lac Tec); 2º) revisão dos trabalhos da Fundação Renova (Ramboll); e 3º) socioeconômico, que ainda não foi definido quem realizará.


"O eixo socioeconômico deverá ter assessoria técnica indicada pela comunidade. Essa asssessoria saberá quem fará, como fará e o que fará para atender as necessidades locais. Esses profissionais podem ser os mais diversos, como psicólogo para acompanhar a saúde mental das pessoas. Hoje esteve aqui uma senhora que estava cheia de remédios. Pode ser a assessoria de um biólogo, que saberá exatamente como é o problema do rio, da praia e da ausência de peixes", explicou o procurador da República.


O defensor público Estadual Rafael Portella, que é do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, explicou que assessoria técnica é um direito que cada atingido tem e que não depende de qualquer acordo feito com as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton.


"Estamos aqui para fornecer uma orientação jurídica para que as pessoas possam estar preparadas na hora que acontecerem as audiências públicas para a discussão sobre a assessoria técnica a ser dada às pessoas que foram atingidas", explicou o defensor público.


ATINGIDOS


A reunião contou com ampla participação de moradores da Barra do Riacho. Em um dos momentos mais marcantes do encontro, como foi relatado pelo procurador Paulo Henrique, a moradora Neia Pinheiros jogou várias caixas de medicamentos e disse aos presentes que a vida dela estava se resumindo ao consumo de muitos medicamentos.



Outro momento bastante triste da reunião foi do depoimento da aposentada Vanda Azeredo da Silva, de 73 anos.


"Sou filha de Barra do Riacho e hoje vejo que o rio morreu, a praia morreu e os peixes morreram. A miséria dessa lama que veio de Mariana (MG) só nos trouxe doença. A lama é uma maldição cancerosa e não vai acabar tão cedo. Não vejo mais peixes, nem guruçá, nem goiamum, morreu tudo. Não temos nem peixe e nem dinheiro. As empresas não empregam ninguém daqui e quem é daqui não consegue pescar o peixe, empobreceram a cidade. É a mesma coisa de jogar uma boia no meio do mar. Você sabe que uma hora vai afundar", comparou a idosa que possui netos pescadores que estão sem trabalho.


Outra idosa que demonstrou muita preocupação com a situação de moradores da Barra do Riacho foi a marisqueira Dilza Cordeiro dos Santos, de 69 anos.


"Vejo falar que a água está contaminada e fico muito preocupada com meu neto que toma remédios e usa esta água, já que não temos dinheiro para comprar água mineral. Fiz o cadastro duas vezes e até hoje não fui chamada para receber nada", lamentou a marisqueira.


Maria da Penha Santos, de 40 anos, lamentou a ausência constante dos políticos de Aracruz.


"Sofremos com essa lama tóxica desse crime ambiental e sequer um político vem aqui para nos apoiar. Estamos enfrentando tudo sozinhos. Agora apareceu o Ministério Público para recebermos a assessoria técnica. Mas antes ninguém de Aracruz esteve aqui para nos apoiar", lamentou a atingida.






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