A vila de Santa Cruz viveu momentos de confraternização e valorização da cultura no último sábado, dia 17. O palco do “Sarau Literomusical” foi o Museu Histórico de Santa Cruz, instalado na antiga Casa da Câmara e Cadeia Municipal.

Em total harmonia com o entardecer de céu aberto na histórica vila variados eventos programados pela Secretaria de Turismo e Cultura do município de Aracruz em parceria com Academia Aracruzense de Letras tiveram lugar nas comemorações do Dia Internacional do Museus.

Feira de artesanato

Estiveram presentes os artesãos com a Feira de Artesanato na área externa do museu. Dona Neusa com seus bordados e costuras que falam das paisagens do nosso município; a “Re.utilizo” com peças de materiais encontrados na praia e no rio e que remetem a Santa Cruz. Os Vitrais Felicíssimo produzidos por Fernando desde 1976 inspirados nas paisagens do lugar. Josi e Fábio Rocha que criam artesanatos exclusivos como cestas, casacas, colares, fibras e madeira entalhada que remetem às tradições indígenas do nosso município. As bolsas Zaaz feitas por Zaira foram também uma atração à parte.

Exposição do artista PCG

Paulo Cesar Guimarães, escritor e artista plástico morador de Coqueiral, além de participar do sarau como membro da ACAL, também mostrou aos visitantes as suas pinturas em tela, que estão em exposição no Museu Histórico.

Teatro

As Oficinas de Teatro de Aracruz apresentaram os esquetes "Em Perfeita Sintonia" e "A Canção do Pescador", com os atores Washington Salvador, Bethânia Graunke, Saulo Santiago e Bia Caçador. São esquetes contemplados pela lei Aldir Blanc de incentivo cultural e produzidos por alunos das Oficinas, um projeto da Secretaria de Turismo e Cultura, sob direção do diretor teatral Rodrigo Paouto e que tem sua sede no Teatro Municipal José Maria Coutinho.

Apresentação musical Iran BZ

O grande compositor, violonista e cantor cearense, radicado no Espírito Santo, Iran BZ brindou os presentes com um show envolvente, trazendo uma pluralidade nas suas músicas, sempre ao ritmo da cultura afro-brasileira, do rock, blues, jazz, com músicas autorais e grandes releituras. Foi uma apresentação musical com rico repertório.

Sarau

A Academia Aracruzense de Letras — ACAL, instituição literária que este ano completa 12 anos de atuação como incentivadora da literatura, da leitura e das artes em nosso município, esteve presente através de seus membros. O sarau, sob a direção da ACAL foi magnífico contando também com a participação de várias pessoas da comunidade. Belos poemas, crônicas e causos envolveram a plateia naquela tarde de valorização da Cultura Espírito-santense.

Documentário Tambores e Casacas na cultura ancestral de Aracruz

Os presentes tiveram oportunidade de assistir ao documentário “Tambores e casacas na cultura ancestral de Aracruz” que mostra a originalidade na confecção de instrumentos ancestrais como casacas artesanais, que são feitas de tagibubuia, madeira do manguezal e os tambores, que são feitos de siriba e recobertos de couro de boi preso por tarugos, uma herança da ancestralidade Tupinikim. O documentário foi produzido pela Sociedade Cultural Blocongo, com roteiro de Renato Fraga e coordenação de Beth Areias.

Apresentação de bandas de Congo e Grupo de Tambores Tupinikim de São Benedito de Caieira Velha

Teve também a celebração do congo de Aracruz, que tem suas origens nas “Bandas de Índios”, como nos diz o memorialista capixaba, padre Francisco Antunes de Siqueira, que viveu em Santa Cruz no século XIX, e é a mais genuína manifestação cultural dos povos originários que há séculos habitam o solo aracruzense.

A miscigenação da cultura indígena com a cultura do elemento africano em terras brasileiras gerou as bandas de congo como atualmente são conhecidas, um dos mais significativos símbolos da cultura espírito-santense.

Estiveram presentes as seguintes bandas:  

São Benedito de Itaparica com a sua belíssima apresentação com o batuque dos tambores e o som inconfundível da casaca.  

Blocongo que faz resgate de canções tradicionais das bandas capixabas e promove ensinamento aos membros de como tocar e cantar tais músicas, valorizando as cantigas que são cantadas somente em Aracruz, evidenciando a música da região. Este trabalho é feito com a intenção de divulgar, preservar e valorizar as manifestações culturais tradicionais do Espírito Santo.

“Grupo de Tambores Tupinikim de São Benedito”: esta genuína banda da aldeia de Caieira Velha capitaneada por Mestre Olindo, representa a tradição das bandas indígenas que remonta a tempos imemoriais. A música indígena é inerente a esta cultura sendo constatada desde os primórdios pelos não indígenas. Os missionários jesuítas incentivavam a música e o teatro entre os indígenas e, mesmo hoje esta cultura musical através das bandas de tambores e casacas permanece forte na cultura indígena local, como um ponto de união do povo Tupinikim.

Com informações da Assessoria de Comunicação da ACAL