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Família de turistas sofre aporofobia em Santa Cruz

Depois de um tempo apreciando as belezas do balneário, a família teria sofrido perseguição de alguns moradores por estarem ocupando o espaço público da praia.

Publicada em 23/03/23 às 18:11h - 1720 visualizações

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Família de turistas sofre aporofobia em Santa Cruz
Ana Alice e Luan viajam com a filha de 1 ano  (Foto: Divulgação - Instagram)

Com a desculpa de que estariam “estragando” a estética da praia, alguns moradores do balneário de Santa Cruz teriam começado a perseguir a família de Luan e Ana Alice, que moram em uma Kombi, desde 1º de janeiro de 2023.


Junto com o casal está a filha de um ano e 10 meses que curte as belezas da praia sem ter que se preocupar com os conflitos que seus pais enfrentam. Afinal, com essa idade, o bom mesmo é aproveitar.


Ocorre que, seriam apenas algumas pessoas que estão incomodadas com a presença da família e estariam demonstrando que a presença deles está “enfeiando” a praia. Outro argumento apresentado para que tenham denunciado a família para a Prefeitura de Aracruz foi a de que estariam jogando óleo ou pendurando roupas para secar à beira da praia.


“Somos defensores da proteção à natureza e jamais faríamos algo para importuná-la. Estamos aqui desde janeiro e logo que chegamos meu marido, que é pedreiro, já arrumou um trabalho. Eu sou fotógrafa e também já realizei alguns trabalhos na região. Então, estamos aqui para viver como gostamos”, defendeu Ana Alice.


Na opinião de Ana, tudo isso acontece porque eles não têm grana. Se tivessem, o tratamento seria outro.


“Não querem ninguém de fora aqui. Essa pequena parcela de pessoas têm dinheiro e conseguem tudo. Conseguiram até chamar a atenção da Prefeitura. Fiscais estiveram aqui e disseram que só poderíamos ficar se tivéssemos a autorização de um morador. Disseram que não poderíamos lavar louça ou roupa. Eu estou lavando nossa louça no restaurante de uma amiga. E tomamos banho na casa de outra amiga”, detalhou Ana.


Após o período de estadia em Santa Cruz, a família pretende rumar para a Bahia, em uma cidade que tenha estrutura para receber turistas.


A presidente do Círculo Comunitário Amigos de Santa Cruz (Cicasc), Margareth Cabidele, conversou com a reportagem da Voz do Piraqueaçu, informando que daria um posicionamento oficial sobre o assunto. Porém, até o fechamento desta matéria ela não havia emitido qualquer nota. Caso haja alguma nota sobre o assunto, o canal deixa esse espaço aberto para esclarecimentos.


NOTA DA PREFEITURA DE ARACRUZ


A Prefeitura de Aracruz, por meio do setor de Posturas, informa que não é permitido por legislação que áreas públicas sejam utilizadas para fins de residência, conforme está sendo utilizada pela família em questão. 


Moradores reclamam que a família tem utilizado o espaço da praia de Santa Cruz para lavar e estender suas roupas, além de realizar suas atividades pessoais. Para essa finalidade, não existe autorização ou lei no município que libere a atividade. 


A prefeitura informa ainda que existem áreas próprias no município que são liberadas para atividades de camping.



NOSSA OPINIÃO


Sabe o que é “aporofobia”? É um termo criado pela filósofa espanhola Adela Cortina que designa aversão aos pobres e suas implicações na democracia, e que o padre Júlio Lancellotti vem lutando ferrenhamente contra. Foi uma boa dose de aporofobia que Luan e Ana Alice sofreram no balneário. Não é simplesmente por pendurarem roupas em um varal improvisado.


É o fato de exporem sua vida nada convencional. Sim, a família vive fora dos padrões preestabelecidos na sociedade. Vive uma vida livre. Vive conforme valores que uma vida digital e nômade permitem.


Luan é pedreiro e Ana é fotógrafa. Afinal, o que desabona a presença deles na pequena cidade? Só o fato de não viverem de acordo com o padrão local? Ou seria o fato de não estarem em um motorhome que custa quase meio milhão de reais?


Vamos mais adiante. A Prefeitura de Aracruz emitiu nota afirmando que não é permitido por legislação que áreas públicas sejam utilizadas para fins de residência. Mas que residência? Eles moram em uma Kombi e não em uma área específica.


A nota diz ainda que existem áreas próprias no Município para acampamentos, porém ao ser questionada onde seriam tais locais, a PMA não retornou com uma resposta.


Nós, da Voz do Piraqueaçu, que atuamos há quase seis anos na Orla do Município, já presenciamos e reportamos todo tipo de absurdo às margens do rio que nos inspirou, o Rio Piraquê-açu.


Já denunciamos barcos de pesca sendo reformados nas areias da praia, deixando para trás óleo e tinta. Já denunciamos helicóptero baixando em local não apropriado, também na beira do rio. 


Esgoto “in natura” sendo lançado no manancial foi uma das nossas primeiras matérias do canal.


Além de presenciar várias outras atrocidades como área pública à beira da praia, com cercadinho delimitador, como se fosse uma propriedade particular.


Então, o que é um varal de roupas perto disso? Estamos em plena Quaresma. Vamos nos despir de preconceitos e acolher quem realmente necessita.


A Voz do Piraqueaçu estará sempre “de pé e à ordem” para defender o que achamos justo.





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