Estava tudo certo para que os telefonemas e os atendimentos aos pescadores de Aracruz tivessem início ainda esta semana para que fossem realizados os pagamentos das antecipações das indenizações da Samarco por conta do rompimento da barragem de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015.
O desastre ambiental, considerado o maior da história do Brasil, completará no dia 5 de agosto um ano e 9 meses, e até agora os atingidos em Aracruz pela lama tóxica não receberam as devidas indenizações.
As histórias de penúria das famílias de pescadores e de comerciantes são as mais variadas.
Na última semana, a Fundação Renova, que foi criada por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta assinado pela Samarco, as acionistas Vale e BHP Billiton, governo federal e governos de Minas Gerais e Espírito Santo, autarquias, fundações e institutos, porém sem a participação dos Ministérios Públicos Federal e os dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, esteve com os pescadores de Aracruz, em reunião realizada na Barra do Riacho, para dar informações sobre o início dos atendimentos.
Na ocasião foi divulgado por Arthur Calegário, da Fundação Renova, os valores a serem pagos aos donos de barcos com motor de centro (R$ 23.100,00), motor de polpa (R$ 14.850,00), motor de rabeta (R$ 11.550,00) e tripulação (R$ 6.600,00).
Embora a expectativa de todos os atingidos seja grande, a presidente da Colônia de Pescadores Z-7, Nádia Mattos Rodrigues, informou que não houve sequer uma ligação da Fundação Renova para dar início aos atendimentos.
"Estávamos aguardando para esta semana. Mas vamos esperar que se feche um local para esses atendimentos", assinalou a líder dos pescadores.
OUTRO LADO
A Fundação Renova, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que os atendimentos não tiveram início porque dependem de um local que comporte uma estrutura de atendimento individualizado e possa receber sinal de internet sem problemas. O local para os atendimentos aos pescadores estaria sendo fechado conjuntamente com a Associação Comunitária de Barra do Riacho.
Segundo a Fundação Renova, serão atendidos inicialmente os pescadores profissionais de Aracruz, totalizando um número em torno de 200 pessoas. Ainda de acordo com a fundação, o critério utilizado para a realização dos atendimentos é para quem tenha o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) e donos de embarcação pesqueira.
Para completar, a Fundação Renova espera dar início aos atendimentos assim que conseguir o local adequado, o que na expectativa da entidade poderá ocorrer a partir da próxima semana, mais provavelmente na quarta-feira (26 de julho).
